Veja justificativas de jurados para tirar pontos das escolas do Grupo Especial do Rio
16/02/2024
Jurados criticaram pouca iluminação no início da apresentação do casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira da Unidos de Vila Isabel. A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) disponibilizou as justificativas dos jurados para retirar pontos das escolas nesta sexta-feira (16).
A grande vencedora do carnaval de 2024 foi a Viradouro, enquanto a Porto da Pedra foi rebaixada.
Leia abaixo as justificativas dos jurados por quesito:
Mestre-sala e Porta-bandeira
Justificativa Fernando Bersot para o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Vila Isabel
Reprodução
O jurado Fernando Bersot tirou um décimo da Unidos da Vila Isabel por conta da baixa iluminação durante a apresentação do casal de Mestre-Sala de Porta-Bandeira. Eles trajavam uma roupa com leds que ganhavam destaque no escuro.
Já o jurado João Wlamir considerou que a ideia de figurino foi boa, mas "a execução foi prejudicada pela escuridão do início, onde impediu de se ver a evolução do casal". Ele pontuou também que o figurino do mestre-sala demorou a acender.
Comissão de frente da Vila Isabel cria efeito de luz na Sapucaí
O mesmo jurado tirou dois décimos do casal da Paraíso do Tuiuti e disse que a bandeira chegou a bater no rosto do mestre-sala durante uma meia volta, devido a proximidade em que a porta-bandeira estava.
Raphael e Dandara são Mestre-Sala e Porta-Bandeira da Paraíso do Tuiuti
Por fim, Wlamir adicionou em suas observações finais que "está havendo um excesso de criações coreográficas e movimentos baseados nas informações e vivências dos coreógrafos". Para ele, o tradicionalismo do pavilhão está perdendo espaço.
Observações finais do jurado João Wlamir sobre casais de mestre-sala e porta-bandeira
Reprodução
"Falta explorar e trabalhar de fato!! Coreografia 'modernosas, contemporâneas ou movimentos de ballet clássico' deixem para seu devido espaço!", escreveu.
Já a jurada Mônica Barbosa deu mais ênfase em sua justificativa para tirar pontos do casal da Vila Isabel. Ela escreveu que os efeitos especiais "seriam ótimos em um espetáculo qualquer, o problema é que estamos falando da dança do mestre-sala e porta-bandeira! Cheia de simbolismo, tradição e ancestralidade".
Depois, ela destaca que no escuro não conseguiu ver boa parte da expressividade necessária do pavilhão, e que "quando a luz se deu, a dança é prejudicada pelo peso e forma do figurino, limitando os movimentos". Barbosa retirou dois décimos neste quesito. Nas observações, ela pontuou que "o novo é sempre bem-vindo, mas não pode prejudicar".
Jurada Mônica Barbosa sobre apresentação do casal mestre-sala e porta-bandeira da Unidos de Vila Isabel
Reprodução
Enredo
O jurado Jhonny Soares deu apenas 3 notas 10 às escolas: Portela, Unidos de Vila Isabel e Viradouro. Em suas justificativas, ele explicou seu entendimento dos carros alegóricos e componentes nas escolas.
Carolina Vieira Thomaz justificou que seus descontos se deram por repetições em alas e carros feitas pelas escolas, como no caso da Imperatriz Leopoldinense. Para a Grande Rio, escola que ela tirou 3 décimos, a jurada disse que "o recorte e a abordagem escolhidos não são eficientes em priorizar a mensagem que pretendem comunicar".
Em relação à Beija-Flor, ao analisar os aspectos dos setores apresentados ela disse que "dificultou o entendimento da narrativa já de caráter delirante".
O jurado Artur Nunes Gomes pontuou que a Unidos de Vila Isabel não fez a crítica pretendida ao país retratado no enredo. Ao apresentar Portugal, a agremiação tinha um carro destinado a mostrar que os monstros imaginados por portugueses eram eles próprios, devido à escravidão e navios negreiros. Mas, para o jurado, a crítica foi "abordada timidamente".
Matéria em atualização.