Menino resgatado após ficar acorrentado em barril em Campinas é adotado, diz Vara da Infância
16/02/2024
Criança foi salva por policiais militares após denúncia, em 2021. Pai do garoto, madrasta e a filha dela foram condenados a 8 anos de prisão; relembre. Criança foi resgatada de dentro de barril
Polícia Militar
O jovem resgatado pela Polícia Militar após ser mantido acorrentado em um barril e ter sofrido tortura em janeiro de 2021, em Campinas (SP), foi adotado e vive com uma nova família. A informação foi confirmada ao g1 pela Vara da Infância e Juventude nesta sexta-feira (16).
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À época em que o caso foi revelado e ganhou repercussão nacional, o menino tinha 11 anos. Em dezembro de 2021, a Justiça condenou o pai do jovem, a madrasta dele e uma filha dela a oito anos de prisão (relembre o caso abaixo).
A Vara de Infância e Juventude confirmou que a adoção aconteceu em 2023, mas não informou o mês em que o processo foi finalizado.
Menino acorrentado em barril ganha novo amigo durante recuperação
Relembre o caso
A criança foi resgatada por policiais militares em 30 de janeiro de 2021, após denúncias de vizinhos. Os agentes de segurança informaram que o menino era alimentado com cascas de fruta.
O menino estava nu, dentro de um tambor de metal fechado com uma telha e uma pia de mármore para evitar que ele saísse. O vídeo do momento em que ele é encontrado mostra que a criança mal conseguia se mexer quando foi encontrada. Ele tinha a cintura, pés e mãos acorrentados.
O menino estava há quase cinco dias sem comer, segundo a polícia. A Polícia Civil afirmou que ele estava acorrentado dentro do barril há um mês, quando foi retirado pelos policiais militares.
Após deixar a casa, o menino foi socorrido até o Hospital Ouro Verde e, posteriormente, transferido ao Hospital Mário Gatti, sob tutela da tia. Após receber alta, ele foi levado para uma casa de acolhimento.
Criança era mantida amarrada em barril pelo pai em Campinas
Reprodução/Rede Globo
Atuação de autoridades
Em 1º de fevereiro, o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), fez uma reunião e exigiu um relatório para entender até que ponto órgãos ligados à prefeitura, como o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), Centro de Referência da Assistência Social (Cras), além do Conselho Tutelar, sabiam da situação.
O documento apontou que o menino foi atendido “várias vezes” na rede desde setembro de 2019. Depois da chegada do relatório, a administração decidiu abrir a investigação, por meio da Secretaria de Justiça.
Já em maio, a prefeitura informou que concluiu a investigação sobre “eventuais falhas e omissões” dos serviços municipais, além de entidades conveniadas. A administração municipal, entretanto, não divulgou o resultado da apuração.
O Conselho Tutelar Sul de Campinas (SP) negou, também em 1º de fevereiro daquele ano, que tinha conhecimento da tortura sofrida pelo menino de 11 anos. Segundo o órgão, a família era acompanhada há pelo menos um ano e monitorada quanto a situação de vulnerabilidade social.
Móveis e objetos diversos foram depredados na residência em que menino de 11 anos sofria tortura, em Campinas (SP)
Wagner Souza/Futura Press/Futura Press/Estadão Conteúdo
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